Deb Literária

Com o passar do tempo a essência permanece. O que não serve, a gente esquece Retoca o que há de bom, floresce, Mas o profundo velho eu Já não aparece.  A essência, sim, permanece,  Mas a velha roupa já não me serve. 

  Você diz que ele quer se matar  Você não entende o que ele quer aliviar  O que ele quer matar. Existe uma nuvem negra  Que apodrece a mente e o coração Endurece a face e atrofia as mãos  Existe um vazio, um buraco no peito  O coração triste é do lado esquerdo e do direito É assassino do próprio infortúnio E o herói do próprio mundo Ele se salva  Ele mata a falta de ser amado  Mata a dor causada pelo desinteressado  Mata o suplício de depender do amor de alguém  Mata a solidão matando a si sem culpar ninguém  Pois a culpa é dele. Na cabeça dele... Ele mata o abandono  Ele mata porque da vida dele é o dono Ele mata esquecimento, o desprezo, o olhar torto, Por que o coração dele é bom demais para matar quem olha torto. Organizado, dá o próximo passo Realiza a tarefa como um guerreiro nato Dá o último suspiro de guerra pesado E passa a espada a quem morava ao lado, A quem não cuidou de perceber o fardo.  Quem ajudou a aumentá-lo fica consternado.