Deb Literária

Eu sei que sou bem simples, E não tenho muito pra te dar, Mas se tu quiser, e assim me disser Eu prometo me esforçar  Pra ficar contigo e te conquistar.  Se teus pai de mim não gostar, Eu dou um jeitinho, Falo meus plano, minha vontade de casar Talvez eles vá me aceitar Tu é tão linda, minha princesa  Por mim, nós casava amanhã Nós ia morar na minha casinha  Ia acordar junto toda manhã Se tu me disser que sim Vou ficar muito feliz Vou dizer pro mundo todo  Que encontrei minha flor-de-lis. 

Em quarentena ficarei por quatro, quatorze, quarenta dias, anos... Além do cronológico. Até que minha mente se desmanche de tanto eu, Pois não encontro alguém com quem compartilhar uma parte de mim.   Ficarei no quarto, na tenda, sucumbindo dentro de quem eu sou, Pois não há nada a se fazer além disso.   Antes eu não tinha tempo, o relógio me prendia, Agora tenho tempo menos ainda Meu mundo parou dentro de mim para me observar e me prendeu em suas garras, Sufocou-me com máscaras.   Por eu estar preso dentro do mundo, me sinto parado, atado, amedrontado. Recolho-me de joelhos dobrados, quase de quatro, Junto à parede do meu quarto, e de tão preocupado sobre como me perdi,   Já que me encontro em casa, ali fico, Como areia dentro da ampulheta meu corpo vira terra Ele se desintegra Viro farelo dentro das roupas, da máscara. Sou um bolo de pano encolhido Sou farelo e pó vestido.

  Existem tantos cantos nesse mundo, Meu canto é o norte, é o lar, É a corda que segura quando se quer pular. Abraço feito casa, que não acaba, Sem querer soltar. Como um nado em perfeita sincronia Nossa alma dança e contagia Ela é pura, doce e expressa harmonia. Se eu me soltar Você me segura! Se eu parar Você me empurra! Juntos, eu sou acrobata Ando pela corda Deixo me jogarem facas. Heróis sem capa, sem nada. Seu saber nos guia, Minha força nos guarda. Amizade registrada na cor dos olhos esquerdos No lado do coração. Amizade que não passa. Que passa a vida erguendo a nossa casa, segurando a corda, sincronizando o nado, e mantendo o embalo.

Quem é triste aproveita melhor a vida Quem não convive com a tristeza reclama do muito. Quem é triste respira e suspira a cada oportunidade nova de sorrir. Com pouco abre os braços e aproveita um pouco da vida a cada oportunidade nova de ver uma cor além do cinza, agarra a primeira chance de ser leve e aproveita para saltar, e se a tristeza for grande, consegue até voar. Luta sem querer para ser leve, para ser fluido, para ser novo de novo. Quase facilmente consegue outro ponto de vista, coloca fones e some no alívio,  quase facilmente corre como animal livre. Facilmente se atrai pela sensualidade da solidão.

  A cada verso que escrevo surge uma nova definição do meu eu, um novo ponto de vista, que me dá novas chances de me enxergar e recomeçar uma nova mudança.  

O corpo vai embora, Mais longe vai a mente, Sinto-me num lugar diferente Dentro do mesmo ambiente Peregrino de alma, de corpo, De mente independente  Que respeita as curvas,  Voltas e idas, Subidas e descidas Chegadas e partidas  Na viagem do corpo e da vida.

Escrever é colocar a alma no papel É amar em secreto querendo contar a todos sobre teu amor É ressuscitar mágoas afogadas, ou fazer com que nunca existissem. É te expressares com elegância e te tornares interessante para quem te lê Quem escreve, no futuro, quer reler o que escreveu, por isso, escrever é recordar. Escrever é fazer arte sobre os demônios que te assombram, É deixar o corpo ir e dançar como um qualquer em sua insanidade.   Escreves, e tens na ponta do lápis o poder de imacular os próprios pecados, E o peso dos teus pecados torna o teu lápis mais leve, e ele fala com sinceridade. Pois, se escreves, também lês, e se lês a alma de outra pessoa, te identificas. As palavras escritas são melhores expressadas do que em alta voz, Pois sem a bagunça dos sons, teu lápis diz tudo sobre a tua vida, E dele não escapa o sentimento mais oculto. Contudo, se escreves, sê seletivo, tua alma só deve ser lida por quem te é fiel e te reconhece Pois quem não sabe l

    Quando a calma pede ansiosa Pra desacalmar Quando a vida pede mais desequilíbrio Pra poder se equilibrar   E o eixo não quer ser mais o centro Que comumente faz o mundo girar, É preciso segurança pra desestabilizar E estabilidade pra aprender a voar.   É preciso experimentar o que tem sabor, Decifrar o enigma da cor, Procurar o ponto final da dor, Tirar um tempo pra compor.   A essência da melodia é o acorde; O desejo de viver é que faz forte, E a essência de viver me move Pra que a música me acorde.   Fazer algo diferente, conhecer gente, Qualquer coisa que ocupe a mente. Vontade de viajar, em sorrisos navegar. E isso sim é saber voar.  

    Sim, eu queria me ausentar, Porém não conseguia Pois a solidão era de matar.   Sim, eu queria me aproximar, Porém não conseguia Pois saudade de solidão vinha chamar   De fato, eu não sabia o que queria, Pois do muito que vivia Ainda assim não aprendia.   Aproximar-me ou ausentar-me? Essa era a minha questão! Motivava-me a procurar meio termo Que equilibrasse a minha decisão.   Daí, me dispus a pensar Em tudo o que eu podia fazer Para, enfim, eu me encontrar.   Decidi então sempre me ocupar. Todos os dias eu ia alternando Entre me ausentar e me aproximar.

    É um punhado de inspiração, É caramelo, é cor de verão É equilíbrio adequado da forma.   Se um lápis o desenha e o contorna Descreve o uno da finesa e do sorriso Queixo... rosto... cabelo... liso.   Suas lentes circundam o negro... Dos buracos negros o mais bonito Estes que disfarçam o interno, Dizer se há doçura é incerto   E diante dos meus olhos toda aurora Procuro se é tão belo por dentro Do jeito que é por fora.   Sei que a alma é mistério, Quem a desvenda, desvela um universo: Sorte a quem desbrava teu deserto, De quem consegue morar no teu universo   Quem sabe verá da criança a pureza De alma calma, amiga e carente. Ou quem sabe, seja firme e valente Que traz do leão a braveza, A fortaleza... Que aparece no externo, na tua beleza.